A falta de saneamento básico e tratamento de esgoto ainda é considerada um problema no Brasil. Cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta e tratamento de esgoto, resultando na contaminação do solo e dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais. Grande quantidade de esgoto não tratado é lançada em rios, lagos e represas, constituindo um dos principais fatores do baixo índice de qualidade da água, o que ameaça a saúde da população e a preservação do meio ambiente.
Uma das soluções mais indicadas é o investimento em saneamento e no tratamento de efluentes, que é realizado por meio de uma Estação de Tratamento de Esgoto; conhecida popularmente como “ETE”. Esta solução se tornou realidade no município de Tubarão - SC; em novembro de 2019 a cidade recebeu a “ETE” Figueira – primeira do município – fruto de um projeto realizado entre a Gratt Indústria e Tecnologia Ambiental e a Tubarão Saneamento.
Desde a sua implantação, a estação estará passando por uma fase de testes com operação assistida, para que posteriormente seja realizada a inauguração oficial. Segundo André Damasceno, Diretor Comercial, o efluente que está chegando na “ETE” está sendo tratado e já lançado de forma eficiente. “Esta obra é um marco para Tubarão, a Gratt está trazendo não somente uma estação de esgoto, mas sim qualidade de vida aos moradores”, destacou André.
É importante salientar que a ETE Figueira possui:
SISTEMA PRELIMINAR
O sistema realiza automaticamente a separação do material flutuante, sedimentável e suspenso presente no efluente
- Sistema de gradeamento mecanizado com autolimpeza contínua e desarenador de canal manual
- Medidor de vazão ultrassônico montado sobre calha parshal
TRATAMENTO PRIMÁRIO
O tratamento primário de esgoto doméstico proposto, visa o abatimento de demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, sólidos suspensos, óleos e graxas (O&G) e fósforo provenientes do esgoto sanitário.
O emprego da etapa primária físico-químico, não elimina a necessidade da etapa de tratamento secundário biológico pois ainda há a necessidade da remoção das parcelas de DBO solúvel, sólidos remanescentes, etc.
- Floculador Primário (O processo de floculação, por meio da adição de químicos e variação no gradiente de mistura, permite a formação de flocos ideais para flotação além de propiciar a mistura necessária para precipitação do fósforo, facilitando a sua posterior remoção no FAD.)
- Flotador por Ar Dissolvido (A flotação primária possui a função de realizar a remoção dos flocos formados anteriormente e consequentemente retirar do meio o fósforo, a matéria orgânica particulada e os sólidos em suspensão totais por meio do lodo, há uma consequente redução de nitrogênio)
- Sistemas de dosagem de coagulantes e sistema de dosagem de polímero
- Tanque de coleta de lodo flotado (para coleta e equalização dos sólidos removidos pelas unidades de flotação), bombas e roscas transporadoras.
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
Após o início da operação mediante a percolação do esgoto, o meio de suporte recobre-se por uma película povoadas por bactérias (biofilme), com espessura entre 2 a 3 mm. A absorção dessa camada é mantida pela ação de microrganismo que depende de aeração continua.
- Filtro Biológico Percolador - FBP (responsável pelo consumo da matéria orgânica solúvel remanescente do efluente sanitário, sem nitrificação)
- Sistema de flotação secundária (permite a separação adequada do sólido-líquido, garantindo a clarificação do efluente para posterior desinfecção)
- Tanque seletor, reator anóxico, motobombas centrífugas de eixo horizontal
- Esse sistema de tratamento de esgoto baseia-se no princípio da oxidação bioquímica aeróbia do substrato orgânico presente nos esgotos.
- Flotador por Ar Dissolvido Secundário (O FAD secundário possui a função de remover a matéria orgânica particulada e sólidos em suspensão que possam ser arrastados do processo biológico anterior)
DESINFECÇÃO
- Sistema de armazenamento e dosagem de hipoclorito
- Canal de desinfecção em concreto, com a função promover a mistura e o contato necessário para inativação dos microrganismos patogênicos.
TRATAMENTO DE LODO
Tanque circular em aço vitrificado e tampo em aço e fundo em concreto. Para digerir o lodo adensado utiliza-se um processo conhecido como digestão anaeróbia, na qual, os microrganismos anaeróbios degradam e estabilizam a matéria orgânica remanescente do processo de tratamento de esgoto (primário ou secundário, conforme necessidade).
- Digestor anaeróbio de lodo (funcionamento 24h/dia, recebendo de maneira continua o lodo gerado no processo de tratamento)
- Conjunto de motobombas helicoidais e tanque para coleta e homogeinização de lodo digerido (coleta e equalização dos sólidos removidos pelas unidades de flotação primária e secundária)
- UAP - Unidade Automática para Preparo de Polímero
- Decanter centrífugo com vazão de 20m³/h